Sábado, dia 13 de Setembro.
Lá pelas 17h00 rumámos até à Parede para dar os parabéns a um amigo/colega do pai do André - aka Pepe : ) - que tinha feito uma churrascada, à qual nos baldámos por já termos programa combinado para o almoço.
Quando estávamos a chegar a casa do aniversariante, o dito e mais alguns amigos da churrascada, iam a sair para ir beber um cafézinho ao café da esquina - acho que se chama Marta, ali na Parede. Fomos também.
Enquanto nos tentávamos arrumar na esplanada - que é assim para o apertado - uma senhora (que depois do que se passou deixou de ser uma senhora, para ser uma besta) estava sentada numa mesa junto à porta de entrada do café, com a sua cadelita rafeira e velhota, e - descobrimos depois - traiçoeira! Alguns de nós estavam cá fora à espera dos outros que tinham ido lá dentro buscar os cafés, e os dois filhos pequenos dum casal amigo andavam de um lado para o outro. A senhora da cadela disse ao miúdo mais pequeno (que acho que deve ter cerca de 3 anos) que a cadela não gostava de crianças... A criança, que aliás com 3 anos é ainda um bebé, numa das vezes que saiu do café para a esplanada passou mais perto da cadela - o que não era difícil visto a bicha estar mesmo junto à porta - e esticou a mãozita para lhe fazer uma festa, a cadela arreganhou os dentes e jogou-se ao miúdo atirando-o ao chão e deixando-o a sangrar do olhito esquerdo.
Mas no que é que o miúdo estava a pensar???? Então a senhora não lhe tinha dito que a cadela não gostava de crianças???? Não deveria uma criança de 3 anos, melhor um bebé, ter plena consciência do perigo que corria ao tentar fazer uma festa a uma cadela na esplanada de um café??? Não deveria a mãe daquela criança ter colocado uma trela e umas algemas no miúdo??? É que a julgar pela atitude da estúpida da velha (pronto, foi despromovida), nós estávamos todos errados ao criticá-la por não ter a cadela amordaçada. Afinal de contas, ela avisou o bebé...
A ordinária da mulher nem se mexeu quando a porcaria da cadela se atirou ao miúdo, não pestanejou quando a criança desatou num pranto com o sangue a escorrer-lhe pela cara abaixo. Limitava-se a dizer "eu avisei, eu avisei...". Então esta gaja não merecia um par de estalos bem dados? Claro que merecia, mas ninguém desceu a esse nível. O pai da criança perdeu a calma, como eu também perdi, mas limitou-se a subir o tom de voz, e a dizer à senhora que tinha muita sorte em ele não chamar a polícia, e que só não o fazia porque ia de imediato com o filho para o hospital.
Mas o aniversariante chamou a polícia, não foi logo na altura, mas já depois de estarmos em casa dele, porque houve alguém que comentou "então e a velha não tinha seguro do cão? tem que ter e tem que pagar as despesas de tratamento do miúdo..." - e o Nuno lá foi. Voltou ao café e pediu à velha - que entretanto estava com uma amiga - para se identificar. Claro que ela não o fez, e o Nuno chamou a polícia, que não tardou. E depois de tudo muito bem explicadinho, veio-se embora, e a polícia ficou a identificar a ordinária da mulher.
Eu sou pelos bichos, mas sou muito mais pelas pessoas, e especialmente pelas pessoas pequenas, pelas crianças, que ainda estão a descobrir e a tentar perceber a vida. Os cães (e todos os animais) são imprevisíveis, e as crianças também, mas convenhamos que as segundas têm prioridade sobre os primeiros, e se há cadelinhas/cãezinhos que não gostam de crianças, das duas uma: ou as donas/os os deixam em casa quando vão para sítios públicos, ou, se os querem levar, têm que os amordaçar.
E mesmo que a cadela gostasse de crianças, e se tivesse atirado ao miúdo devido ao avanço da idade que lhe deu a volta ao miolo, o que me choca é a inércia da estúpida da mulher ao ver aquele menino sentado no chão a chorar com o sangue a escorrer pela cara. Ela nem sequer lhe estendeu a mão, nem se assustou quando a cadela se atirou ao miúdo, nem gritou, nem pestanejou, nem foi capaz de pedir desculpa ao menino, ou à mãe dele, NADA! Aquela mulher - que reclamava também ter filhos e saber que uma pessoa é mais importante que um cão - chocou-me, pela sua frieza e desumanidade perante uma criança aflita.
Que ela e a merda da sua cadela nunca se cruzem no meu caminho, ou no do meu filho.
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